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Por uma cultura de capacitação

Além de tecnologia, país precisa adotar processos de aperfeiçoamento contínuo para superar os gargalos educacionais que travam a produtividade de seus trabalhadores

Redação

03/07/2020 11h00 | Atualizada em 03/07/2020 19h18


É sabido que a produtividade de uma operação com equipamentos pesados de construção ou mineração está diretamente ligada ao desempenho dos maquinários e às tecnologias de monitoramento e controle das frotas. Contudo, mesmo os mais avançados recursos – incluindo autônomos – não dispensam o treinamento do operador, para que possa executar e acompanhar de forma adequada todas as funções do equipamento, resultando em operações mais eficientes e seguras.

No Brasil, entretanto, a baixa qualificação do trabalhador constitui um dos fatores que ainda emperram o avanço da produtividade, sem falar na segurança das operações, levando à necessidade de se aprimorar o desempenho desses profissionais. E isso, sem dúvida,

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É sabido que a produtividade de uma operação com equipamentos pesados de construção ou mineração está diretamente ligada ao desempenho dos maquinários e às tecnologias de monitoramento e controle das frotas. Contudo, mesmo os mais avançados recursos – incluindo autônomos – não dispensam o treinamento do operador, para que possa executar e acompanhar de forma adequada todas as funções do equipamento, resultando em operações mais eficientes e seguras.

No Brasil, entretanto, a baixa qualificação do trabalhador constitui um dos fatores que ainda emperram o avanço da produtividade, sem falar na segurança das operações, levando à necessidade de se aprimorar o desempenho desses profissionais. E isso, sem dúvida, também vale para o segmento de máquinas e equipamentos.

De acordo com Paulo Gurgel, gerente nacional de assistência técnica da Metso, um profissional mal treinado irá sempre operar uma máquina abaixo do desempenho esperado, justamente em função de seu desconhecimento técnico. Além disso, essa perda de eficiência – à qual frequentemente não é dada a devida atenção – tem uma relação direta com o aumento de acidentes. “O profissional treinado tem o conhecimento dos procedimentos e limitações do equipamento que opera ou do serviço que executa”, diz ele. “Com isso, minimiza a chance de acontecimentos indesejados durante o ciclo de trabalho.”

Para Carlos Gabos, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional, as estatísticas deixam clara essa realidade. Segundo ele, em 94% dos casos de acidentes operacionais a falha teve origem humana, seja por falta de planejamento, imperícia, negligência ou imprudência. “Não é exagero quando falamos que uma operação malconduzida pode ter consequências catastróficas, a exemplo de operações em áreas habitadas ou próximas a linhas de tráfego que não podem ser paralisadas”, afirma. “Nesses casos, é inconcebível que os profissionais envolvidos não sejam capacitados ou não tenham experiência suficiente para esse tipo de trabalho.”

No entanto, Gabos admite que investir em treinamento ainda não faz parte da realidade da maioria das empresas no Brasil. “Para superarmos esse desafio, todos devem se engajar em um programa de mudanças”, diz ele, acrescentando que tanto contratantes, como fornecedoras de serviços de movimentação de cargas e fabricantes de equipamentos podem ajudar nessa tarefa. “Basta exigir e manter equipes capacitadas e certificadas”, assevera.

COMPROMISSO

Para Gurgel, da Metso, o mercado brasileiro ainda mantém uma postura passiva no que se refere ao tema de capacitação, na linha de “esperar a chegada de profissionais já formados”. “Aos poucos, no entanto, essa mentalidade vem mudando, até por conta do dinamismo tecnológico do mundo contemporâneo”, ele comenta.

Para o executivo, a educação – em sua acepção mais ampla – não é uma obrigação apenas do Estado. Até porque muitas empresas que atuam no mercado brasileiro possuem know-how tecnológico avançado, que muitas vezes não está ao alcance das instituições de ensino, seja da rede pública ou privada.

Aprimorar a capacitação profissional exige engajamento amplo do setor

Nesse sentido, diz ele, a Metso vem realizando parcerias para estimular a participação de trainees e jovens profissionais em programas de treinamento, assim como visitas guiadas a fábricas e outras ações dentro da cadeia de fornecimento, buscando atuar mais efetivamente no desenvolvimento técnico de pessoas. “As empresas podem formar grandes profissionais, mas para isso é preciso superar a cultura de apenas aguardar a chegada de profissionais prontos e investir pesado em treinamento e capacitação”, avalia.

Desdobrando a questão, o diretor da JC Iazdi Treinamentos, Jacques Chovghi Iazdi, ajunta que a “cultura do jeitinho” faz com que muitas empresas mantenham sistemas ISO apenas no papel, sem verificar a fundo a formação do operador. “As empresas querem o certificado e, muitas vezes, o operador nem sabe o peso dos equipamentos ou a serventia dos itens de segurança”, critica. “Por vezes, não conhecem sequer a gradeabilidade máxima permitida para uma plataforma de trabalho aéreo, por exemplo, sendo que o operador pode tombar o equipamento se subir uma rampa fora da gradeabilidade especificada.”

Nesse quadro, opina o instrutor, é preciso valorizar empresas sérias, que efetivamente treinam e qualificam os operadores. “Há instrutores e empresas que erram até no nome do equipamento incluído nos certificados, sem falar no desrespeito às normas regulamentadoras”, complementa, destacando que o problema vem desde a educação de base. “Na Europa, por exemplo, as empresas são mais criteriosas no treinamento, mas as pessoas também são mais instruídas e preparadas para a atividade profissional.”

DESAFIOS

A questão é complexa. O especialista de serviços da Genie na América Latina, Marcelo Araujo, acredita que as empresas brasileiras deixam de capacitar seus profissionais também por falta de disponibilidade de tempo ou pela alta demanda de serviços, o que faz com que os técnicos deixem de participar até mesmo dos programas anuais de atualização, por exemplo. “Para mudar esse quadro, temos feito parcerias com empresas para que os técnicos possam ser capacitados e, assim, seja possível reduzir o quadro de evasão”, conta.

Investimento em educação é o caminho mais sustentável para o país aumentar a produtividade

O mesmo aspecto é abordado por Gurgel, da Metso, para quem a maior dificuldade atual do mercado está na disponibilização de tempo para atualização, muitas vezes por conta dos constantes aumentos das demandas de produção que o mercado tem exigido. “A cultura de atualização dos profissionais precisa ser feita em intervalos menores, pois um profissional bem treinado é comprovadamente mais produtivo e seguro”, diz.

Sendo assim, cabe aos empresários mudar a mentalidade de que treinamento é custo, quando na verdade é investimento. O diretor de gestão e SSMA da Mills Solaris, Kleber Racy, destaca que o investimento em educação constitui o caminho mais sustentável para se obter aumento de produtividade. “Quando observamos os países que mais avançaram nos indicadores de produtividade, notamos que uma cultura permanente de capacitação, combinada a investimentos em tecnologia e processos de aperfeiçoamento contínuo, é o caminho para melhorar a produtividade do trabalhador em nosso país”, corrobora.

O especialista toca em um ponto importante, pois a crescente tecnologia embarcada nos equipamentos tende a demandar treinamentos ainda mais específicos, para que todos os recursos oferecidos se transformem em resultados. Portanto, se nada for feito, será cada vez mais difícil superar a defasagem técnica da mão de obra brasileira no que tange à capacitação, tornando o conhecimento profissional rapidamente obsoleto frente ao ritmo acelerado das inovações.

Indisponibilidade de tempo e alta demanda de serviços emperram avanços na qualificação

E não é só a complexidade de engenharia, mecatrônica ou robótica que se interpõe. Para Araujo, da Genie, um dos principais obstáculos ainda é a barreira de idiomas, pois a maioria dos equipamentos tem funções em inglês, o que, muitas vezes, se torna um fator de dificuldade para os operadores. “Por isso, temos montado treinamentos com diversas dinâmicas e linguagens mais abrangentes, para que se tornem mais acessíveis”, explica.

ÊNFASE

No segmento de máquinas, quando se fala em treinamento é preciso garantir que cada operador passe por processos específicos de qualificação para sua função, sempre com ênfase na mitigação de riscos.

Segundo Gabos, do Instituto Opus, mitigar nesse caso significa “saber identificar” os riscos, avaliando o grau potencial de consequências das ações, que devem ser planejadas antecipadamente, considerando todas as variáveis possíveis, para resultar em operações com níveis aceitáveis de segurança. “A produtividade depende do planejamento que, se for bem feito, trará melhora”, ressalta. “Em movimentação de cargas, por exemplo, o foco sempre será a segurança e, por isso, as operações jamais podem ser aceleradas. Até porque o tempo gasto no planejamento será compensado com uma operação mais segura e produtiva.”

Necessidade de atualização tecnológica pressiona ainda mais por mudanças

Além de planejamento, Araujo, da Genie, sublinha a importância de se trabalhar a metodologia teórica, fase do processo de capacitação em que são passadas as informações necessárias para que a pessoa adquira conhecimentos mais aprofundados sobre o equipamento, passando depois para a parte prática. “Após a conclusão dessas etapas, realizamos uma prova para comprovar a eficiência de aprendizado”, assinala.

Segundo o executivo, os treinamentos da empresa incluem formação TTT (Train the Trainer) de instrutores, para tornar a rede mais apta a executar treinamentos operacionais junto aos clientes finais. “Também promovemos estudos sobre os procedimentos de entrega técnica de equipamentos novos e exercícios prático-conceituais para lanças articuladas e tesouras elétricas e a diesel”, complementa.

Na Metso, as atividades são realizadas pela equipe de assistência técnica e engenharia da empresa, sempre baseadas nas normas regulamentadoras e manuais de uso dos equipamentos, assim como a partir de experiências de campo e análises de atualização tecnológica do mercado. “A metodologia dos cursos consiste em apresentações em sala de aula ministradas por especialistas e testes de conhecimento ao término das atividades”, descreve Gurgel.

Em geral, os treinamentos ocorrem na modalidade in company, na qual o cliente solicita um planejamento de conteúdo voltado para a particularidade da sua produção. Após a aprovação do escopo técnico, um especialista desloca-se até a operação para ministrar as atividades. “Periodicamente, a fábrica de Sorocaba (SP) também promove o Treinamento de Tecnologias Metso (TTM), no qual são apresentadas, de maneira macro, as atualizações em relação à operação e manutenção de novas tecnologias”, afirma.

No momento, isso se aplica por exemplo ao sistema MRA (Metso Remote Assistance), uma nova tecnologia para suporte técnico que a empresa está implantando no Brasil e que também mostra potencial para uso em capacitação de pessoas. “Por meio de óculos especiais (Smart Glass), é possível conversar remotamente com o técnico sobre o equipamento em reparo”, delineia. “Dessa forma, podemos reduzir o tempo de resposta com deslocamentos e custos de mobilização.”

Ferramenta aposta no ensino a distância

Plataforma de ensino a distância inclui treinamentos comportamentais, técnicos e legais

A plataforma Makro Academy de Ensino a Distância (EAD) é uma ferramenta que vem auxiliando a empresa especializada em engenharia de movimento a obter ganhos na capacitação de seus operadores, auxiliares e mecânicos. Baseada no sistema LMS (Learning Management System), a plataforma inclui treinamentos comportamentais, técnicos e legais, permitindo que os colaboradores participem por meio de celular ou computador com acesso à internet. “A plataforma também permite realizar os treinamentos off-line e carregar os dados quando o usuário acessar a internet”, diz Regianderson Souza, assistente de treinamento da Makro. “Para a empresa, a ferramenta reduz custos com consultorias de treinamento e deslocamentos de técnicos, assim como com impressão de papel, consumo de energia e outros gastos relacionados.”

Saiba mais:
Genie: www.genielift.com.br
Instituto Opus: opus.org.br
JC Iazdi Treinamentos: www.jciazdi.com.br
Makro Engenharia: makroengenharia.com.br
Metso: www.metso.com.br
Mills: www.mills.com.br

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