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Revista GC - Ed.4 - Maio 2010
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Métrica Industrial - Impermeabilização

Um perfil dos principais fabricantes que atuam no setor

Métrica industrial
Na edição passada, o Métrica Industrial abordou o segmento de impermeabilização no Brasil, descrevendo seu principal mercado – a construção imobiliária – e como os atores envolvidos avaliavam os desafios de crescimento em sua indústria. Nessa parte final, falamos sobre os fabricantes de produtos de impermeabilização, ouvidos pelo Métrica Industrial numa série de entrevistas jornalísticas ao longo do ano passado.

A idéia é ampliar a discussão iniciada na edição anterior. Para isso, o primeiro passo é saber como a indústria da construção estima o crescimento para os próximos anos.

De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), os investimentos em construção e engenharia crescerão de R$ 476 bilhões para R$ 625 bilhões em 2010. Somente no setor imobiliário, os recursos em novas obras passariam de R$ 170 bilhões (2009) para R$ 202 bilhões. Como esses dados influem no mercado discreto de impermeabilização, uma área pouco conhecida – e divulgada?

Segundo o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), entidade de classe do setor, os reflexos da crise mundial não poderiam ser avaliados no final de 2009 e os resultados de 2008 são reflexos dos anos anteriores. Ou seja, podemos ter um 2010 com crescimento bem diferente dos dois dígitos apresentados por alguns fabricantes ouvidos pela Métrica Industrial nos últimos dois anos.

Sérgio Pousa, diretor da Proiso, e ex-presidente do IBI, acredita que o segmento imobiliário seja o maior comprador de produtos de impermeabilização, seguido pela área de construção industrial, na qual podemos alocar ainda projetos como os de edificação de grandes hipermercados e shopping centers. Em termos de distribuição de mercado, o próprio IBI reconhece uma divisão entre players mais concentrados na área técnica ou profissional e outros focados no varejo. O limite não é tão forte que não possa haver mudanças.

É o caso da Viapol, um dos grandes fabricantes do setor, fundada em 1990 e que entrou no mercado de varejo no começo do ano 2000. Segundo o gerente de marketing Henrique Justi, atender às demandas do consumidor final exige um planejamento bem detalhado, principalmente


Métrica industrial
Na edição passada, o Métrica Industrial abordou o segmento de impermeabilização no Brasil, descrevendo seu principal mercado – a construção imobiliária – e como os atores envolvidos avaliavam os desafios de crescimento em sua indústria. Nessa parte final, falamos sobre os fabricantes de produtos de impermeabilização, ouvidos pelo Métrica Industrial numa série de entrevistas jornalísticas ao longo do ano passado.

A idéia é ampliar a discussão iniciada na edição anterior. Para isso, o primeiro passo é saber como a indústria da construção estima o crescimento para os próximos anos.

De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), os investimentos em construção e engenharia crescerão de R$ 476 bilhões para R$ 625 bilhões em 2010. Somente no setor imobiliário, os recursos em novas obras passariam de R$ 170 bilhões (2009) para R$ 202 bilhões. Como esses dados influem no mercado discreto de impermeabilização, uma área pouco conhecida – e divulgada?

Segundo o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), entidade de classe do setor, os reflexos da crise mundial não poderiam ser avaliados no final de 2009 e os resultados de 2008 são reflexos dos anos anteriores. Ou seja, podemos ter um 2010 com crescimento bem diferente dos dois dígitos apresentados por alguns fabricantes ouvidos pela Métrica Industrial nos últimos dois anos.

Sérgio Pousa, diretor da Proiso, e ex-presidente do IBI, acredita que o segmento imobiliário seja o maior comprador de produtos de impermeabilização, seguido pela área de construção industrial, na qual podemos alocar ainda projetos como os de edificação de grandes hipermercados e shopping centers. Em termos de distribuição de mercado, o próprio IBI reconhece uma divisão entre players mais concentrados na área técnica ou profissional e outros focados no varejo. O limite não é tão forte que não possa haver mudanças.

É o caso da Viapol, um dos grandes fabricantes do setor, fundada em 1990 e que entrou no mercado de varejo no começo do ano 2000. Segundo o gerente de marketing Henrique Justi, atender às demandas do consumidor final exige um planejamento bem detalhado, principalmente pelo crescimento médio de 20% ao ano.

O mesmo processo foi realizado pela Denver, segundo o diretor Sérgio Guerra. A decisão de abrir o leque de atuação para o mercado do consumidor final aconteceu a partir de 2005. Segundo ele, esse segmento ajudou a Denver a consolidar um crescimento anual entre 20% e 25% em 2008, o que ele considera o melhor ano para o setor de impermeabilização há décadas.

A Lwart, com a marca Ciplak, é outro player do setor técnico que migrou para o varejo. O diretor da empresa, Ernesto Monte Neto, lembra que a migração aconteceu depois de longa pesquisa, no final de 2005, mas deu certo. A empresa estima que a área tenha apresentado incríveis 75% de crescimento em 2008, com avanço mais tímido no ano seguinte.

A Betumat, atuante na Região Nordeste com produtos impermeabilizantes para o mercado técnico, segue com o projeto de consolidação da sua marca no mercado nacional, implantando recentemente seu moderno Centro de Distribuição no Estado de São Paulo. De acordo com o engenheiro Elton Góes, responsável pelo setor técnico, a necessidade de uma empresa extremamente atuante no mercado técnico impulsionou as vendas na Região Sudeste, forçando a implantação de um centro de distribuição e proporcionando mais capilaridade à distribuição.

Também com foco regional e atuação em âmbito nacional, a Reis e Reis promete manter taxas de crescimento de 7% a 10%. Localizada na região do Vale do Paraíba, a empresa otimiza sua distribuição e logística para garantir o market share entre as 10 maiores do País, nos segmentos técnicos e de varejo, como afirma o diretor de Negócios, Marcelo Reis. Em 2010, a empresa deve investir R$ 2 milhões para ampliar seu armazém, dobrar de tamanho e ampliar a carteira de clientes, que atualmente conta com 1.200 nomes.

Do outro lado do mercado, a Otto Baumgart sempre marcou presença pela atuação no varejo, segmento em que se define como líder, segundo seu diretor Alexandre Baumgart. A empresa cresceu 17% em 2008. Outro fato marcante foram os investimentos em expansão da planta de Salvador. Baumgart destaca que os estados do Nordeste têm crescido em média 3% acima do índice nacional.

O executivo lembra que o varejo tem características de distribuição e marketing que são bastante diferenciadas e que levam tempo para ser aprendidas, o que daria à Otto Baumgart uma vantagem competitiva, estimando seu market share em aproximadamente 65%.

A Sika, também tradicional no varejo, destaca outra forma de competitividade: a diferenciação. De acordo com o consultor da empresa, Wadson Marques, o fato de possuir em seu portfólio produtos como adesivos de poliuretano e mantas de PVC permite que a multinacional suíça atenda desde uma impermeabilização residencial a uma estrutura de grande porte de construtoras como a Camargo Corrêa. Tal escopo de atuação tem reflexo nas vendas, que na América Latina cresceram 9,6% no primeiro semestre de 2009, impulsionadas pelo mercado brasileiro. Marques cita como exemplo a impermeabilização do Centro de Convenções do Anhembi, cobrindo uma área de 11 mil m² com mantas de PVC.

Especialistas ouvidos pelo Métrica Industrial indicam que a divisão de mercado é mais ou menos tácita: Denver, Viapol, Betumat e Lwart concentrariam o maior bolo no mercado profissional, enquanto Otto Baumgart, Sika e Lwart (Ciplak) seriam os líderes no segmento de varejo. Outros modelos de ocupação aconteceriam regionalmente, caso da Betumat, mais concentrada no Nordeste, e Dryko, no interior de estados emergentes. Os fabricantes de produtos específicos, caso dos impermeabilizantes acrílicos, ocupariam outro espaço

Nichos especializados
Ao contrário dos grandes players, algumas empresas acabaram especializando-se em outros nichos. É o caso da Icoper, cujo maior faturamento vem do mercado técnico, com destaque para grandes construtoras e o setor público, segundo Eduardo Siqueira, responsável pela área técnica da empresa. Fabricante de impermeabilizante acrílico líquido, com solvente à base de água, a companhia vende um produto com valor acima dos tradicionais de mercado. Com planta na Itália, a Icoper defende sua diferenciação pela qualidade.

A Effectus, por sua vez, produz membranas líquidas, com maior quantidade de cargas, diferentemente de produtos comuns. O material apresenta a vantagem de economia em face de sua proteção mecânica superior às mantas asfálticas, que são opção às membranas quando a questão é preço. “Devemos entrar também no mercado de mantas asfálticas”, adianta Fábio Luiz Giannattasio, diretor de Negócios, informando que a mudança no modelo de negócios aconteceu em função dos pedidos de seus clientes.

Para Paulo Colombo, diretor de engenharia da Quimicryl, a segmentação é uma estratégia importante. A empresa claramente tem um foco no mercado profissional, no qual distribui resinas acrílicas para construção civil, baseadas em aditivação de argamassa. Suas resinas têm um teor de sólidos de 50%, o que conferiria mais qualidade e economia. Os clientes típicos são construtoras que têm a preocupação de evitar futuras patologias de impermeabilização em suas obras, o que leva a demandas judiciais pela responsabilidade civil de quem constrói.

Na Faber, o diretor técnico George Miguel de Castro Almeida, acredita na diversificação de mercados: a empresa mantém um equilíbrio entre o segmento profissional e o de varejo (60%), com oferta de produtos com embalagens de 1 kg a 200 kg. O forte da empresa são as membranas impermeabilizantes acrílicas, segmento no qual se posicionaria entre os três maiores do setor.

Atuação regional, mas de olho em São Paulo
A Betumat, segundo o gerente técnico Élton Goés, é forte no Nordeste, mas o mercado paulista já ocupa mais de 30% do seu faturamento. Atuando tanto no varejo como no setor técnico, a empresa construiu um modelo com lojas diferenciadas, focadas em consultoria especializada para o mercado profissional. O especialista mantém o otimismo apesar da freada observada a partir de 2008, com reflexos em 2009.

Para o especialista, os impermeabilizantes cimentícios e emulsões/soluções asfálticas com propriedades elastoméricas especiais têm se destacado no mercado. Contudo a praticidade e confiabilidade das mantas asfálticas garatem a continuidade de sua liderança.

Revolução aconteceu na última década

Sérgio Pousa se classifica como projetista de impermeabilização, especialização que no Brasil não ultrapassa uma dezena de profissionais. Além de ex-presidente do IBI, ele tem convivido diariamente com projetos e especificação de materiais de impermeabilização, o que permite indicar que estamos vivendo outro marco de mudanças: se há 20 anos as mantas de EPDM Butil – caras e pouco flexíveis, que precisavam ser moldadas in loco – foram substituídas pelas mantas asfálticas, agora a disputa aumentou. “Embora sejam predominantes, as mantas asfálticas estão sofrendo a concorrência de produtos cimentícios e acrílicos, além de materiais como poliuretano”, explica.

 

 

 

Segundo ele, a maior diversificação de produtos também adiciona possibilidades de uso. É o caso das resinas acrílicas que podem ser aplicadas a frio, o que facilita o processo industrial das construções imobiliárias, mantendo cronogramas em dia. A diversificação tem sido acompanhada pelas inovações da indústria nacional, que desde a era Collor tem acrescentado novos produtos, o que desestimulou a intenção de players internacionais de se instalar no País, estratégia que há dez anos parecia ser uma ameaça clara. “Seria difícil concorrer com o cenário de evolução das empresas já implantadas”, finaliza.

 

 

 

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