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Revista GC - Ed.25 - Abril 2012
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Copa 2014

Um modelo para "Copa Verde"

Obras do novo estádio de Cuiabá alcançam avanço de 45%. Arena já é reconhecida mundialmente como referência de compromisso com o meio ambiente e sustentabilidade

Está afastada a preocupação de se criar em Cuiabá (MT) um elefante branco, pesado e caro, a ser sustentado pela sociedade, com a construção de um estádio de futebol superdimensionado para a realidade local, só para atender às exigências da Fifa para a Copa de 2014. O projeto da Arena Pantanal, em fase de construção na capital mato-grossense, pode ser tomado como um exemplo de como a engenharia e o planejamento podem ser usados no desenvolvimento de um projeto focado nas necessidades e cultura de cada região, tornando-se um legado depois dos jogos do campeonato mundial.

Com cerca de 45% de avanço físico, as obras da Arena Pantanal foram iniciadas em abril de 2010, sob a responsabilidade do Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior. Com investimentos estimados em R$ 458,2 milhões, o projeto prevê a construção de um espaço multiuso, podendo ser usado, após os jogos, para feiras agropecuárias, grandes espetáculos musicais, eventos desportivos de todo o tipo, entre outros.

De acordo com Sérgio Coelho diretor do escritório GCP Arquitetos, que desenvolveu o projeto do estádio, juntamente com o Grupo Stadia, a ideia nunca foi fazer um estádio só para a Copa do Mundo, mas sim uma arena multiuso integrada a um parque de 300 mil m2 de área total, com outros equipamentos urbanos como áreas de lazer, restaurantes, museu, bares, centros de convenções, etc. “Isso porque o mundo do futebol no Mato Grosso não é do mesmo tamanho do mundo do futebol no Rio de Janeiro, Recife ou São Paulo. Seria uma irresponsabilidade de todos os agentes envolvidos nesse projeto criar um “elefante branco”. A ideia, então, foi desenvolver um projeto modular, podendo diminuir de tamanho após a realização dos jogos, de forma a se adaptar às demandas posteriores e reduzir os custos de manutenção”, conceitua o arquiteto.

“Para os jogos da Copa, nós vamos ter um estádio com cerca de 43.600 lugares, mas essa capacidade pode cair para 32 mil ou 26 mil lugares, dependendo da conformação do projeto. Para isso adotou-se a solução inovadora no Brasil, construindo parte das arquibancadas dos anéis superiores dos setores Norte e Sul, ou seja, atrás dos gols, em estruturas metálicas removíveis”, explica Coelho. Essas estruturas serão desmontadas após a Copa 2014 e remontadas e


Está afastada a preocupação de se criar em Cuiabá (MT) um elefante branco, pesado e caro, a ser sustentado pela sociedade, com a construção de um estádio de futebol superdimensionado para a realidade local, só para atender às exigências da Fifa para a Copa de 2014. O projeto da Arena Pantanal, em fase de construção na capital mato-grossense, pode ser tomado como um exemplo de como a engenharia e o planejamento podem ser usados no desenvolvimento de um projeto focado nas necessidades e cultura de cada região, tornando-se um legado depois dos jogos do campeonato mundial.

Com cerca de 45% de avanço físico, as obras da Arena Pantanal foram iniciadas em abril de 2010, sob a responsabilidade do Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior. Com investimentos estimados em R$ 458,2 milhões, o projeto prevê a construção de um espaço multiuso, podendo ser usado, após os jogos, para feiras agropecuárias, grandes espetáculos musicais, eventos desportivos de todo o tipo, entre outros.

De acordo com Sérgio Coelho diretor do escritório GCP Arquitetos, que desenvolveu o projeto do estádio, juntamente com o Grupo Stadia, a ideia nunca foi fazer um estádio só para a Copa do Mundo, mas sim uma arena multiuso integrada a um parque de 300 mil m2 de área total, com outros equipamentos urbanos como áreas de lazer, restaurantes, museu, bares, centros de convenções, etc. “Isso porque o mundo do futebol no Mato Grosso não é do mesmo tamanho do mundo do futebol no Rio de Janeiro, Recife ou São Paulo. Seria uma irresponsabilidade de todos os agentes envolvidos nesse projeto criar um “elefante branco”. A ideia, então, foi desenvolver um projeto modular, podendo diminuir de tamanho após a realização dos jogos, de forma a se adaptar às demandas posteriores e reduzir os custos de manutenção”, conceitua o arquiteto.

“Para os jogos da Copa, nós vamos ter um estádio com cerca de 43.600 lugares, mas essa capacidade pode cair para 32 mil ou 26 mil lugares, dependendo da conformação do projeto. Para isso adotou-se a solução inovadora no Brasil, construindo parte das arquibancadas dos anéis superiores dos setores Norte e Sul, ou seja, atrás dos gols, em estruturas metálicas removíveis”, explica Coelho. Essas estruturas serão desmontadas após a Copa 2014 e remontadas em outros locais, permitindo a construção de estádios menores, em Cuiabá mesmo, ou em outras cidades do Mato Grosso.

Como a região é muito quente, outro desafio a ser encarado era como não criar um estádio que fosse uma “panela de pressão”. Por isso o projeto prevê quatro vértices abertos, que permitem a circulação do ar, o que não é muito comum em desenhos de estádios no Brasil.

As estruturas metálicas removíveis do setor Norte já foram totalmente assentadas e a obra segue na fase da montagem das superestruturas. No lado oeste, todas as vigas-jacarés das arquibancadas foram montadas. Cerca de 9 mil toneladas de estruturas metálicas e aproximadamente 18 mil m3 de estruturas em concreto pré-moldados estão sendo utilizados. As estruturas – vigas, lajes, pilares e degraus das novas arquibancadas – estão sendo fabricadas em uma fábrica de pré-moldados instaladas em terreno ao lado do estádio. Além disso, outros 38 mil m3 de estruturas em concreto moldado in loco estão sendo produzidas. Neste momento, 650 trabalhadores estão em atividade no canteiro de obras, mas o número poderá chegar a 1 mil no pico da construção do estádio.

Surpresas desagradáveis

Mas até chegar a esse estágio, algumas dificuldades tiveram de ser superadas. De acordo com o engenheiro João Paulo Curvo, gerente do contrato pelo consórcio construtor, já no início das obras descobriu-se que as estruturas das arquibancadas do antigo estádio, o Governador José Fragelli (o Verdão), inaugurado em 1975, estavam comprometidas, com concreto e aço deteriorados, ameaçando a segurança do público. A única alternativa que sobrou foi demolir toda a estrutura existente e começar tudo do zero. Cerca de 20 mil m3 de resíduos sólidos, provenientes da demolição das antigas arquibancadas foram aproveitadas na própria obra.

A surpresa seguinte foi a descoberta de lençóis de águas subterrâneas, no local das obras. Isso exigiu a realização de todo um trabalho de drenagem desses lençóis freáticos e a mudança do tipo de fundação. Inicialmente, pensava-se em usar sapatas diretas, mas foi necessário o emprego de fundações com base em estacas hélices contínuas. Isso permitiu às fundações chegarem a um nível de solo com mais capacidade de sustentação de toda a estrutura.

Projeto premiado

Antes mesmo de ser concluída, a Arena Pantanal de Cuiabá foi premiada com American Property Awards, em reconhecimento ao comprometimento do projeto com a sustentabilidade, a responsabilidade socioambiental e a requalificação urbana que irá produzir na cidade. A ponto de ser um dos poucos estádios do mundo a requerer a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e de água.

Para conquistar o selo de construção sustentável, a Arena Pantanal terá sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e uma estação de tratamento de afluentes, que poderão gerar economia de até 30%. Além disso, o consumo de energia foi projetado para gerar economia de pelo menos 20%. Membranas na cobertura e o paisagismo no entorno do estádio ajudam na circulação e no resfriamento do ar. “O Arena terá conforto e uma ambientação para o jogo com a qual não estamos acostumados no Brasil”, orgulha-se Coelho

 

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