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Revista GC - Ed.11 - Dezembro 2010
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Construbusiness

Se tudo der certo, será gol de placa

A previsão de investimentos em infraestrutura soma R$ 2 trilhões até 2022, segundo Fiesp. Na área de habitação seriam 24 milhões de moradias. Mas o País precisa ter mais disponibilidade de recursos e segurança jurídica

O Construbusiness 2010, evento realizado pelo Deconcit  – Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foi marcado pela perspectiva de grandes investimentos em habitação e infraestrutura até 2022. Os dados apresentados pela Federação foram obtidos por duas pesquisas exclusivas: a FGV Projetos mapeou o primeiro segmento, enquanto a LCA Consultores organizou os dados da área de infraestrutura. Os resultados foram debatidos pelos empresários do setor e por uma caravana política, liderada pelo vice-presidente da República, recém-eleito, Michel Temer. O evento marcou também a despedida do presidente atual do Banco Central, Henrique Meirelles, homenageado pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Além de fazer um balanço da indústria da construção em 2009, o seminário estabeleceu o ano de 2022 como meta, considerando não somente os megaeventos da Copa e das Olimpíadas, mas também os desdobramentos que devem acontecer depois de suas realizações. Para José Carlos de Oliveira Lima, diretor do Deconcit, as oportunidades geradas com os dois eventos e mais a necessidade de investimentos em infraestrutura e habitação vão muito além de 2016.

Os dados da FGV Projetos, consultoria contratada pela Fiesp para avaliar a rota de crescimento do setor de habitação até 2022, indicam que o País terá 209 milhões de habitantes naquele ano e mais de 64% estarão concentrados na faixa de 26 a 45 anos. Com isso, cerca de 1,3 milhão de novas famílias devem ser agregadas por ano entre 2010-22. Além disso, precisaremos construir 279 mil moradias por ano até 2022. Outras 203 mil serão demandadas para evitar a coabitação indesejada. Se forem somados os três fatores - novas famílias, eliminação da precariedade e redução da coabitação – o País vai exigir 1,8 milhão de moradias por ano até 2022. Somando tudo: 23,5 milhões de casas.

Para a FGV, a demanda estimada obrigaria o Brasil a se equipar em cinco áreas: mão de obra, produtividade, capital, materiais e terra. As duas primeiras estão ligadas: até 2022 cerca de 10,2 milhões de pessoas trabalharão no setor e esse contingente precisa ser atraído e retido. Mesmo com tal volume de pessoas, a consultoria estima que seja obrigatório o crescimento d


O Construbusiness 2010, evento realizado pelo Deconcit  – Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foi marcado pela perspectiva de grandes investimentos em habitação e infraestrutura até 2022. Os dados apresentados pela Federação foram obtidos por duas pesquisas exclusivas: a FGV Projetos mapeou o primeiro segmento, enquanto a LCA Consultores organizou os dados da área de infraestrutura. Os resultados foram debatidos pelos empresários do setor e por uma caravana política, liderada pelo vice-presidente da República, recém-eleito, Michel Temer. O evento marcou também a despedida do presidente atual do Banco Central, Henrique Meirelles, homenageado pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Além de fazer um balanço da indústria da construção em 2009, o seminário estabeleceu o ano de 2022 como meta, considerando não somente os megaeventos da Copa e das Olimpíadas, mas também os desdobramentos que devem acontecer depois de suas realizações. Para José Carlos de Oliveira Lima, diretor do Deconcit, as oportunidades geradas com os dois eventos e mais a necessidade de investimentos em infraestrutura e habitação vão muito além de 2016.

Os dados da FGV Projetos, consultoria contratada pela Fiesp para avaliar a rota de crescimento do setor de habitação até 2022, indicam que o País terá 209 milhões de habitantes naquele ano e mais de 64% estarão concentrados na faixa de 26 a 45 anos. Com isso, cerca de 1,3 milhão de novas famílias devem ser agregadas por ano entre 2010-22. Além disso, precisaremos construir 279 mil moradias por ano até 2022. Outras 203 mil serão demandadas para evitar a coabitação indesejada. Se forem somados os três fatores - novas famílias, eliminação da precariedade e redução da coabitação – o País vai exigir 1,8 milhão de moradias por ano até 2022. Somando tudo: 23,5 milhões de casas.

Para a FGV, a demanda estimada obrigaria o Brasil a se equipar em cinco áreas: mão de obra, produtividade, capital, materiais e terra. As duas primeiras estão ligadas: até 2022 cerca de 10,2 milhões de pessoas trabalharão no setor e esse contingente precisa ser atraído e retido. Mesmo com tal volume de pessoas, a consultoria estima que seja obrigatório o crescimento de 3% de produtividade ao ano. Já a necessidade de crédito passará dos atuais R$ 70 bilhões para R$ 225 bilhões em 2022, exigindo novas fontes de financiamento além do FGTS e da poupança. Na área de materiais, o sinal vermelho já foi dado, pois o Brasil pulou de um superávit de R$ 3 bilhões para um déficit de R$ 2 bilhões e os produtores nacionais estão sendo prejudicados pela taxa de câmbio e pelos custos de energia. Já o valor dos terrenos deve ser inflacionado, pois para a construção de cerca de 24 milhões de moradia, considerando uma área média de 60m² cada, seriam necessários 2,1 bilhões de m² de terrenos.

Se os desafios da habitação parecem ser muitos, na área de infraestrutura o cenário não é diferente, embora o mapeamento do PAC 1 e do PAC 2 tenha sido destacado pelo futuro vice-presidente da República como um dos fatores de sucesso nessa área e que teria contado com a forte contribuição da Fiesp. Se forem somados, os investimentos em transporte, energia, telecomunicações, saneamento e petróleo e gás devem congregar mais de R$ 2 trilhões entre 2010 e 2022. Os dados da LCA Consultores podem até estar subestimados, segundo a própria consultoria, por não incluírem os projetos de mobilidade urbana de Estados e municípios, entre outras informações.

O setor de petróleo e gás puxa a locomotiva, com investimentos previstos de R$ 955 bilhões no período, seguido da área de transporte, com R$ 410 bilhões, sendo quase a metade deles em rodovias. A pavimentação das estradas, por exemplo, passaria dos atuais 12,5% para 25%, em 2014. Com R$ 310 bilhões, o setor de energia é o mais bem posicionado em termos de competitividade mundial. Parte dos investimentos deve se concentrar nas redes inteligentes (smart grid). O setor de telecomunicações, que tem forte presença privada, deve ter inversões da ordem de R$ 100 bilhões, sendo que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) aparece como um dos destaques. A área de saneamento é a mais complexa e precisará acelerar seu ritmo. O setor ficou desde a década de 1970 sem um plano de longo prazo e essa lacuna só foi recuperada em 2007 com a Lei 11.445. Para o segmento, a LCA estima a necessidade de R$ 206 bilhões entre 2010-22.

Para a Fiesp, o crescimento pretendido só poderá ser viável se duas condições forem atendidas: disponibilidade de recursos e segurança jurídica. No primeiro caso, o País precisa garantir que outras fontes de recursos – que não somente a área pública – sejam ativadas. No segundo, a falta de um marco regulatório pode complicar os investimentos internacionais e o avanço do setor privado. Ou seja, não teríamos o que comemorar nos anos pós-copa e pós-olimpíadas.

O tamanho da indústria da construção
Apesar de ter sido um ano de susto, pela crise mundial, as despesas com produtos de construção somaram R$ 244 bilhões em 2009, segundo a Fiesp. O valor representa o que foi investido no País em estradas, aeroportos, redes de esgoto e hospitais, residências, etc. Também estão computadas as obras de manutenção e reformas. Tudo somado, o dinheiro gasto em infraestrutura atingiu 46,4% do total de investimentos no Brasil no ano passado, o que é cerca de 9,2% do PIB. Ao aplicar esse dinheiro nas obras citadas, o setor também criou um valor adicionado, que seria de R$ 224 bilhões. Já as remunerações teriam somado outros R$ 93,9 bilhões e o número de empregos em toda a cadeia teria batido as 10 milhões de vagas. O maior gerador de renda foi o setor da construção, formado pela autogestão e autoconstrução e pelas construtoras, com R$ 137,4 bilhões. Trata-se do setor mais intensivo em mão de obra e que responde por 70% dos profissionais alocados na cadeia da construção. A indústria de materiais é o segundo setor que mais adicionou valor: foram R$ 40,4 bilhões ou 18% do PIB da cadeia, empregando 616 mil pessoas. A comercialização de materiais de construção, formada pelo comércio atacadista e varejista, respondeu por um valor agregado de R$ 20 bilhões e empregou 811 mil pessoas. As atividades de prestação de serviços, que englobam desde a incorporação, a venda e o aluguel de imóveis até os projetos de engenharia, somaram outros R$ 17,4 bilhões de valor agregado e absorveram 505 mil pessoas.

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