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Revista GC - Ed.85 - Nov/Dez 2017
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Análise Setorial

Retomada dos investimentos em infraestrutura não será imediata

Venilton Tadini, presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib)

Alguns indicadores mostram que a recessão foi estancada e a economia brasileira começou a crescer. A sustentabilidade desse crescimento vai depender bastante da retomada dos investimentos, sem o qual o país terá um novo voo de galinha – e a asa desta galinha está cada vez mais curta.

Em um país em que tudo está por fazer, a infraestrutura é uma plataforma natural para atrair e executar investimentos e, assim, impulsionar o crescimento do país de forma estrutural e sustentável. Mas há inúmeras dificuldades no caminho – e não há atalhos.

De um lado, o Brasil é um país com uma malha rodoviária por asfaltar e por realizar mais de R$ 200 bilhões em investimentos, como mostrou a ultima pesquisa rodoviária da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), por mais que grandes centros como o Estado de São Paulo apresentem estradas em condições muito boas.

Na área de saneamento básico, a coleta e o tratamento de esgoto lideram estatísticas negativas, com necessidade de investimento que supera R$ 300 bilhões em todo o país. As demandas nos setores de resíduos sólidos, drenagem e gestão demandam outros R$ 200 bilhões, conforme mostra a primeira versão do Plansab, o plano federal para o setor de saneamento básico.

Telecomunicação, nas mais variadas tecnologias, e energia, na diversidade das fontes com enorme potencial de desenvolvimento no Brasil, completam um quadro de investimentos volumosos. O Brasil é um país com muitas necessidades na infraestrutura que, somadas, demandam muito investimento.

O desafio surge no momento de suprir esta demanda de investimentos. Em 2016, o investimento total aplicado em infraestrutura no Brasil somou 1,7% do PIB, o patamar mais baixo dos últimos anos. Somente para cobrir a depreciação, a necessidade de investimento margeia 3% do PIB. Mas essa régua sobe para 5% do PIB se o objetivo for dotar o Brasil de uma infraestrutura capaz de aumentar a competitividade e a produtividade da economia brasileira bem como promover sua inserção internacional.

A retomada dos investimentos em infraestrutura não será imediata. A expectativa é que haja uma curva de crescimento suave, pois há dificuldades para aumentar o investimento em infraestrutura tanto do lado público quanto do privad


Alguns indicadores mostram que a recessão foi estancada e a economia brasileira começou a crescer. A sustentabilidade desse crescimento vai depender bastante da retomada dos investimentos, sem o qual o país terá um novo voo de galinha – e a asa desta galinha está cada vez mais curta.

Em um país em que tudo está por fazer, a infraestrutura é uma plataforma natural para atrair e executar investimentos e, assim, impulsionar o crescimento do país de forma estrutural e sustentável. Mas há inúmeras dificuldades no caminho – e não há atalhos.

De um lado, o Brasil é um país com uma malha rodoviária por asfaltar e por realizar mais de R$ 200 bilhões em investimentos, como mostrou a ultima pesquisa rodoviária da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), por mais que grandes centros como o Estado de São Paulo apresentem estradas em condições muito boas.

Na área de saneamento básico, a coleta e o tratamento de esgoto lideram estatísticas negativas, com necessidade de investimento que supera R$ 300 bilhões em todo o país. As demandas nos setores de resíduos sólidos, drenagem e gestão demandam outros R$ 200 bilhões, conforme mostra a primeira versão do Plansab, o plano federal para o setor de saneamento básico.

Telecomunicação, nas mais variadas tecnologias, e energia, na diversidade das fontes com enorme potencial de desenvolvimento no Brasil, completam um quadro de investimentos volumosos. O Brasil é um país com muitas necessidades na infraestrutura que, somadas, demandam muito investimento.

O desafio surge no momento de suprir esta demanda de investimentos. Em 2016, o investimento total aplicado em infraestrutura no Brasil somou 1,7% do PIB, o patamar mais baixo dos últimos anos. Somente para cobrir a depreciação, a necessidade de investimento margeia 3% do PIB. Mas essa régua sobe para 5% do PIB se o objetivo for dotar o Brasil de uma infraestrutura capaz de aumentar a competitividade e a produtividade da economia brasileira bem como promover sua inserção internacional.

A retomada dos investimentos em infraestrutura não será imediata. A expectativa é que haja uma curva de crescimento suave, pois há dificuldades para aumentar o investimento em infraestrutura tanto do lado público quanto do privado.

Do lado público, o processo de ajuste fiscal culminou com uma redução muito grande dos aportes públicos em ativos de infraestrutura em poder do Estado. A arrecadação federal despencou com a recessão econômica e a nova regra de teto para os gastos públicos – em cenário com dispêndios obrigatórios em trajetória insustentavelmente crescente – sacrifica ainda mais os investimentos públicos.

No lado privado, há uma situação também desafiadora para a ampliação dos investimentos. Há disposição privada de investir no Brasil, há muita liquidez internacional, com agentes externos buscando boas oportunidades para aportar recursos. No entanto, o Brasil carece de bons projetos já maduros para licitação.

Os ativos leiloados nos últimos meses foram importantes para mostrar que o setor privado interno e externo está com o setor de infraestrutura brasileiro no radar, mas temos de avaliar que os leilões bem-sucedidos acrescentam investimentos ao longo do período de uma concessão que são muito menores, no conjunto, do que o país precisa. O Brasil precisa de R$ 300 bilhões ao ano em infraestrutura e somente a soma de investimentos públicos e privados poderá fazer frente a este desafio.

Os desafios são grandes. Por isso, é fundamental acelerar a modelagem de estudos e projetos de forma que haja mais oportunidades para os investidores – e isso vale tanto na esfera federal quanto na estadual e na municipal. Os projetos têm de ser de qualidade – e temos de ter mais projetos à disposição, passíveis de licitações. Do lado público, o país precisa concluir as ações que, o mais rápido possível, permitam a retomada de investimentos públicos em áreas onde a presença do Estado é importante.

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