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Revista GC - Ed.91 - Jul/Ago 2018
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Concreto Hoje

Propriedades regenerativas

O bioconcreto, resultante da combinação de concreto tradicional e colônias de bactérias da espécie Bacillus pseudofirmus, consegue cicatrizar suas próprias rachaduras sem necessidade de reparos

Pense em paredes de concreto que conseguem cicatrizar sozinhas suas próprias rachaduras, sem precisar de reboco. Embora a cena pareça de filme de ficção, hoje essa proeza já é possível com o bioconcreto, um material vivo, capaz de se autorregenerar, desenvolvido pelo microbiologista Henk Jonkers e pelo engenheiro especializado em materiais de construção, Eric Schlangen, da Universidade Técnica de Delft, na Holanda.

Os pesquisadores estudam esse produto desde 2006, resultado da combinação de concreto tradicional e colônias de bactérias da espécie Bacillus pseudofirmus, que normalmente proliferam em ambientes de condições extremamente difíceis, como em vulcões ativos, por exemplo.

Essas bactérias desenvolvem esporos e se tornam capazes de sobreviver sem oxigênio por mais de 200 anos, nas piores condições possíveis, por isso são adequadas para compor o bioconcreto. De acordo com os estudos divulgados por Jonkers, essas bactérias precisam ser alimentadas para promoverem a autorregeneração do concreto, por isso é necessário utilizar o lactato de cálcio, uma substância que faz parte da composição do bioconcreto e serve de alimento para as bactérias.

Dessa forma, se uma parede construída com esse material apresentar rachaduras, as bactérias ficarão expostas aos elementos físicos, entre eles a água, que se infiltra nos vãos das rachaduras e ativa as bactérias. Imediatamente elas começam a consumir seu alimento, produzindo calcário como resultado do processo de digestão. De acordo com Jonkers, em aproximadamente três semanas esse calcário terá fechado completamente as fissuras da parede.

O cientista garante que o bioconcreto é capaz de reparar fissuras de qualquer comprimento – de pequenos metros a quilômetros de extensão. Mas as bactérias só cicatrizam fissuras de até 8 milímetros de largura, e as rachaduras mais largas cortarão a eficácia do concreto vivo, mesmo que tenham pequeno comprimento.

Preparo


Pense em paredes de concreto que conseguem cicatrizar sozinhas suas próprias rachaduras, sem precisar de reboco. Embora a cena pareça de filme de ficção, hoje essa proeza já é possível com o bioconcreto, um material vivo, capaz de se autorregenerar, desenvolvido pelo microbiologista Henk Jonkers e pelo engenheiro especializado em materiais de construção, Eric Schlangen, da Universidade Técnica de Delft, na Holanda.

Os pesquisadores estudam esse produto desde 2006, resultado da combinação de concreto tradicional e colônias de bactérias da espécie Bacillus pseudofirmus, que normalmente proliferam em ambientes de condições extremamente difíceis, como em vulcões ativos, por exemplo.

Essas bactérias desenvolvem esporos e se tornam capazes de sobreviver sem oxigênio por mais de 200 anos, nas piores condições possíveis, por isso são adequadas para compor o bioconcreto. De acordo com os estudos divulgados por Jonkers, essas bactérias precisam ser alimentadas para promoverem a autorregeneração do concreto, por isso é necessário utilizar o lactato de cálcio, uma substância que faz parte da composição do bioconcreto e serve de alimento para as bactérias.

Dessa forma, se uma parede construída com esse material apresentar rachaduras, as bactérias ficarão expostas aos elementos físicos, entre eles a água, que se infiltra nos vãos das rachaduras e ativa as bactérias. Imediatamente elas começam a consumir seu alimento, produzindo calcário como resultado do processo de digestão. De acordo com Jonkers, em aproximadamente três semanas esse calcário terá fechado completamente as fissuras da parede.

O cientista garante que o bioconcreto é capaz de reparar fissuras de qualquer comprimento – de pequenos metros a quilômetros de extensão. Mas as bactérias só cicatrizam fissuras de até 8 milímetros de largura, e as rachaduras mais largas cortarão a eficácia do concreto vivo, mesmo que tenham pequeno comprimento.

Um dos pontos fracos mais nítidos do bioconcreto é o preço alto: pode custar até 40% mais caro que o concreto convencional

Preparo

Os pesquisadores Felipe Portela Candido Silva e Victor de Carvalho Passarini, do Complexo Educacional Faculdades Metropolitanas Unidas, publicaram um estudo onde explicam que o bioconcreto pode ser preparado de duas maneiras. “Primeiro é o método de aplicação direta, ou seja, a solução bacteriana é misturada junto com o lactato de cálcio e a água é adicionada ao concreto. Quando há fissura, as bactérias ficam expostas às intemperes, saindo do estado vegetativo para se alimentar do lactato de cálcio ali presente”, reafirma Felipe.

“O segundo método é o encapsulamento das bactérias junto ao lactato de cálcio em pastilhas, geralmente de argila expandida tratada, que são adicionadas à mistura do concreto. Quando há fissura no concreto, a estrutura dos grânulos de argila é quebrada, assim dando início ao tratamento de reparação”, detalha Felipe. De acordo com ele, esse método tem esporos das bactérias introduzidas junto com o lactato de cálcio em argila expandida, onde foi constatado um prolongamento na vida útil das bactérias.

Este método por encapsulamento é o mais usado que o de aplicação direta, embora também seja o mais caro, inclusive é o método que Henk Jonkers fez suas amostras. “Além disso, as bactérias bacillus são inofensivas para a saúde humana, podendo ser usadas de uma forma eficaz e sem causar problemas”, esclarece Victor de Carvalho Passarini.

O bioconcreto pode ser aplicado em novas obras ou mesmo em construções antigas, no intuito de revitalizar o antigo concreto que possa ter rachaduras. Dessa forma, não há restrições para o uso desse material.

O bioconcreto pode proporcionar grande economia com reforma e reparos de paredes, pontes ou barragens

Desvantagens

Um dos pontos fracos mais nítidos do bioconcreto é o preço alto. Segundo a Noves Engenharia, esse material pode custar até 40% mais caro que o concreto convencional, deixando onerosos os projetos de grande porte onde há intenção de utilizá-lo como única opção. O jornal britânico The Guardian publicou uma matéria informando que, enquanto o metro cúbico do concreto tradicional custa pouco mais de 80 dólares, o bioconcreto passa dos 110 dólares.

Outro inconveniente está relacionado à velocidade de regeneração, que segundo a Novaes não é muito rápida, já que o tempo previsto para os bacilos gerarem calcário e preencherem toda a fissura é de aproximadamente três semanas. Esse período pode ser longo em situações que requeiram rápida interferência, como em casos de rachaduras localizadas em pontos perigosos.

Contudo, essas limitações não desabonam os aspectos positivos e de utilidade reconhecida do bioconcreto, tanto entre o colegiado científico como no canteiro de obras. Esse material pode proporcionar grande economia com reforma e reparos de paredes, pontes ou barragens com estruturas comprometidas, especialmente em regiões com incidência de terremotos.

“O concreto é um dos materiais mais utilizados no mundo, e aparentemente é resistente, mas mesmo assim está sujeito a intempéries locais, além de forças mecânicas e pressões que podem diminuir sua vida útil. As fissuras geradas no decorrer do tempo por patologias e desgastes, dependendo de onde a superfície trincada se encontra, podem se autorregenerar no bioconcreto, que vem tendo uso amplamente discutido na construção civil, pela sua capacidade de restaurar as fissuras através da precipitação de carbonato de cálcio”, conclui Victor.

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