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Revista GC - Ed.54 - Novembro 2014
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Matéria de Capa - Especial Odebrecht

Galeão, um voo rumo a novos mercados

Obras emblemáticas permitem à empresa expandir suas atividades, consolidando-se também no mercado do Sudeste, onde despontava um ciclo de grandes construções.

Na década de 1970, durante o Milagre Econômico promovido pelo Regime Militar, o país assistiu a forte crescimento dos setores de indústrias de bens de consumo durável e de produção, e da construção civil – além de receber grandes investimentos no sistema viário e implantar as primeiras obras metroviárias. Com mais de 500 obras em seu portfólio, a Construtora Norberto Odebrecht vivia confortável situação financeira e já era uma das principais construtoras do Nordeste.

A partir da conquista da obra do edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, no entanto, a empresa percebeu a oportunidade de expandir e consolidar-se também no mercado do Sudeste, onde despontava um ciclo de grandes construções. E a partir daí, a empresa buscou novos contratos. Uma das primeiras foi a construção do campus da Universidade da Guanabara (atual UERJ), construída entre 1970 e 1976.

Mas a obra que se tornaria símbolo dessa fase de transição foi o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, construído entre 1971 e 1976, onde teve de administrar, simultaneamente, mais de 180 subempreiteiros. A obra envolvia um numeroso conjunto de órgãos federais, estaduais e municipais, fora a própria comunidade. Assim, além do ativo físico, e da tecnologia, a empresa aproveitou-se de sua capacidade de gestão de pessoas, criatividade e inovação.

Em seguida, foi publicado o edital de concorrência para a construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, exigindo da empresa administradora flexibilidade para adaptar-se a novas circunstâncias, com reconhecida experiência em obras industriais; acervo de serviços diversificados, e que não tivesse trabalhado exclusivamente com grandes volumes de concreto ou de movimento de terra; profissional, capaz de absorver tecnologia estrangeira e de integrar-se às diversas consultorias e projetistas, fornecedores de equipamentos e montadores.

A Norberto Odebrecht, atendendo a todas essas exigências, ganhou a obra depois de uma acirrada disputa com as gigantes do setor. Associara-se à J. A. Jones Construction Company, empresa americana com tradição em construções nucleares, e apresentou a proposta comercialmente mais adequada, alé


Na década de 1970, durante o Milagre Econômico promovido pelo Regime Militar, o país assistiu a forte crescimento dos setores de indústrias de bens de consumo durável e de produção, e da construção civil – além de receber grandes investimentos no sistema viário e implantar as primeiras obras metroviárias. Com mais de 500 obras em seu portfólio, a Construtora Norberto Odebrecht vivia confortável situação financeira e já era uma das principais construtoras do Nordeste.

A partir da conquista da obra do edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, no entanto, a empresa percebeu a oportunidade de expandir e consolidar-se também no mercado do Sudeste, onde despontava um ciclo de grandes construções. E a partir daí, a empresa buscou novos contratos. Uma das primeiras foi a construção do campus da Universidade da Guanabara (atual UERJ), construída entre 1970 e 1976.

Mas a obra que se tornaria símbolo dessa fase de transição foi o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, construído entre 1971 e 1976, onde teve de administrar, simultaneamente, mais de 180 subempreiteiros. A obra envolvia um numeroso conjunto de órgãos federais, estaduais e municipais, fora a própria comunidade. Assim, além do ativo físico, e da tecnologia, a empresa aproveitou-se de sua capacidade de gestão de pessoas, criatividade e inovação.

Em seguida, foi publicado o edital de concorrência para a construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, exigindo da empresa administradora flexibilidade para adaptar-se a novas circunstâncias, com reconhecida experiência em obras industriais; acervo de serviços diversificados, e que não tivesse trabalhado exclusivamente com grandes volumes de concreto ou de movimento de terra; profissional, capaz de absorver tecnologia estrangeira e de integrar-se às diversas consultorias e projetistas, fornecedores de equipamentos e montadores.

A Norberto Odebrecht, atendendo a todas essas exigências, ganhou a obra depois de uma acirrada disputa com as gigantes do setor. Associara-se à J. A. Jones Construction Company, empresa americana com tradição em construções nucleares, e apresentou a proposta comercialmente mais adequada, além de garantia técnica.  É desse período a atuação da empresa em duas obras singulares fora do circuito Bahia e Rio de Janeiro. Em 1973, conquistou o contrato para construção da ponte Colombo Salles, ligando a ilha de Florianópolis ao continente. Era uma feliz coincidência estar de volta às origens, pois em 1925 o catarinense Emílio Odebrecht, pai de Norberto, construíra a ponte dos Arcos, sobre o rio Itajaí-Açu, em Indaial. Meio século depois, usando sua experiência em fundações de concreto protendido, a Construtora propôs uma variante para a ponte Colombo Salles, tornando-a mais simples e economicamente viável com o uso de balanços sucessivos e abrindo mão de uma rótula central.

Também foi a responsável pela recuperação do  Teatro Amazonas,  na região Norte, construído em 1896, durante o ciclo da borracha, que  estava apodrecendo dia a dia, ano após ano. A Construtora Norberto Odebrecht apresentou um projeto para preservar as características do prédio e de suas obras de arte. A marca da Odebrecht estampava-se agora em todo o país, mas o Nordeste jamais foi abandonado. Pelo contrário.

Além disso, a empresa avançava sobre a área industrial, com a construção da Central Termoelétrica da Copene (Companhia Petroquímica Nordeste). Situada em Camaçari, no Recôncavo Baiano, a Copene fora projetada para ser a central de matérias-primas do polo local, que se consolidava como um dos novos polos industriais do país.

A criação do Polo Petroquímico de Camaçari foi uma conquista decisiva da Bahia no rumo de sua industrialização. O longo processo de definição sobre a instalação do polo envolveu a gestão de três governadores: o início, com Luiz Viana Filho (1967-1971), o desenvolvimento, com Antonio Carlos Magalhães (1971-1975), e a conclusão e o princípio de operação, com Roberto Santos (1975-1979). Envolveu também esforços das lideranças empresariais do estado, que demandavam para a Bahia novos investimentos industriais, tendo à frente a Empreendimentos da Bahia S.A. e o grupo Celso da Rocha Miranda. A primeira, fundada no começo dos anos 1960, era formada por Norberto Odebrecht, Fernando de Góes – líder do Banco da Bahia –, Fernando Correa Ribeiro – líder do grupo Correa Ribeiro – e Miguel Calmon – do Grupo Econômico. Eles haviam erguido o Centro Industrial de Aratu, que em pouco tempo se tornou um dos mais modernos do país. Em 1971, os baianos venceram uma dura concorrência com os paulistas para sediar um novo polo no país e assim nasceu o Polo Petroquímico de Camaçari, com 29 mil m2 de obras erguidas pela Odebrecht em consórcio com a Ishikawajima e a Marubeni.

Diversificação

Já nos idos de 1973, por causa dos sucessivos aumentos nos preços do petróleo importado, a dependência do combustível externo levava o governo brasileiro a investir maciçamente na prospecção e exploração interna, autorizando inclusive contratos de risco com empresas estrangeiras. Entre 1975 e 1976, a Odebrecht inicia as sondagens nos campos de Vaza-Barris, em Sergipe, Garoupa e Pargo, na bacia de Campos (RJ), onde se anunciara a descoberta de petróleo em 1974. Ali, a bordo de navios oceanográficos dotados de equipamentos sofisticados, ganhou grandes conhecimentos técnicos no campo da construção offshore de concreto armado, capacitando-se para a execução dessas obras quando e onde fosse necessário.

Se a empresa enfrentava desafios tecnológicos de grandes proporções, por outro dava os primeiros passos no campo da diversificação, antevendo as dificuldades do mercado brasileiro que já se prenunciavam, sobretudo para o setor construtivo, a partir da redução dos investimentos públicos.  Em 1973, Emílio Odebrecht, filho de Norberto, transferiu-se da Bahia para o Rio e passou a dirigir as obras, trazendo consigo alguns dos principais colaboradores que teriam influência nos destinos da organização.

Em 1978, a empresa estava preparada para mais um ciclo de grandes empreendimentos tais como o Complexo Hidrelétrico Pedra do Cavalo, em Cachoeira, na Bahia; o Complexo Siderúrgico da Açominas, em Ouro Branco, em Minas Gerais, e o Sistema de Abastecimento de Água Riachão Potengi, no Ceará, além da Terceira Ponte de Vitória, no Espírito Santo.

Em 1979 é criada a Odebrecht Perfurações Ltda. (OPL), para perfuração de poços em terra e no mar, lançamento de oleodutos e serviços complementares. Vencendo a primeira concorrência da Petrobras para perfuração na plataforma continental, a OPL adquiriu, em Cingapura, uma plataforma que chegaria ao Brasil após três meses de viagem. Batizada de Norbe I e operando na costa de Sergipe, tornaria a Odebrecht a primeira entre as empresas privadas brasileiras a prestar esse tipo de serviço, contribuindo assim para o esforço nacional em acelerar o equacionamento do problema energético.

Em setembro de 1979, entraria em operação a Companhia Petroquímica Camaçari (CPC), da qual fazia parte originalmente a Odebrecht, que adquirira 33% de participação acionária. A CPC produziu, até dezembro daquele ano, mais de 25 mil t de PVC, atendendo a toda a demanda do mercado interno e ainda destinando ao mercado externo de 30 mil a 40 mil t de sua capacidade de 150 mil t/ano.  Na mesma época, no entanto, a empresa iniciava a Hidrelétrica Charcani V, no Peru, e as obras do desvio do Rio Maule, para o projeto da usina hidrelétrica de Colbún-Machicura, no Chile, iniciando uma promissora trajetória além das fronteiras brasileiras.

 

 

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