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Revista GC - Ed.4 - Maio 2010
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Copa 2014

Estádios sul-africanos custaram o dobro do previsto

Greves, desastres naturais e desvalorização da moeda local são apontados como fatores para o aumento dos custos

O Portal 2014 (www.copa2014.org.br), concebido pela Mandarim Comunicação, com apoio do Sinaenco, publicou, em 26 de Maio, um balanço dos custos dos estádios da África do Sul. De acordo com a reportagem, o orçamento divulgado pelo governo sul-africano de 8,4 bilhões de rands (cerca de R$ 2,15 bilhões) sofreu um incremento para cerca de 16 bilhões de rands (R$ 4,15 bilhões), segundo números oficiais das províncias que sediarão a Copa. Os cinco estádios construídos especialmente para o Mundial foram os principais responsáveis pelo estouro, já que seus custos corresponderam a 75% do total investido nas arenas.

Para efeito de comparação, na Alemanha, a proposta do Mundial de 2006 previa gastos de 940 milhões de euros (R$ 2,215 bilhões) para os 12 estádios na ocasião. Mas, ao final das obras, as despesas aumentaram 50% e totalizaram 1,41 bilhão de euros (R$ 3,32 bilhões). Para 2014, o governo brasileiro formalizou o orçamento dos 12 palcos da Copa: a conta começa em R$ 5,342 bilhões.

Maiores variações de custos
O líder de custo dos estádios sul-africanos foi o Green Point, da Cidade do Cabo. Com orçamento inicial de 1,2 bilhão de rands (R$ 307 milhões), o palco de oito jogos do Mundial foi finalizado com 4,5 bilhões de rands (R$ 1,15 bilhão), quase quatro vezes mais caro que o previsto.

O membro do conselho técnico municipal das obras do Mundial, Dave Hugo, revelou que os números começaram a crescer quando moradores do bairro de Green Point reclamaram dos possíveis impactos ambientais da construção. Assim, materiais para atenuar o barulho durante jogos, além de medidas para assegurar a proteção sísmica local, contribuíram sozinhos para aumentar os gastos em 1 bilhão de rands (R$ 250 milhões) logo no começo. “Isso sem contar as flutuações cambiais do rand, a inflação em alta e a escassez de materiais. Fomos afetados por um inesperado e extraordinário aumento de preços com a crise mundial”, acrescentou Hugo.

Em Porto Elizabeth, o estádio Nelson Mandela Bay, inicialmente orçado em 890 milhões de rands (R$ 228 milhões), terminou custando 2,1 bilhões de rands (R$ 538 milhões) na conta final. Com capacidade para 46.082 torcedores, as obras no complexo esportivo sofreram principalmente


O Portal 2014 (www.copa2014.org.br), concebido pela Mandarim Comunicação, com apoio do Sinaenco, publicou, em 26 de Maio, um balanço dos custos dos estádios da África do Sul. De acordo com a reportagem, o orçamento divulgado pelo governo sul-africano de 8,4 bilhões de rands (cerca de R$ 2,15 bilhões) sofreu um incremento para cerca de 16 bilhões de rands (R$ 4,15 bilhões), segundo números oficiais das províncias que sediarão a Copa. Os cinco estádios construídos especialmente para o Mundial foram os principais responsáveis pelo estouro, já que seus custos corresponderam a 75% do total investido nas arenas.

Para efeito de comparação, na Alemanha, a proposta do Mundial de 2006 previa gastos de 940 milhões de euros (R$ 2,215 bilhões) para os 12 estádios na ocasião. Mas, ao final das obras, as despesas aumentaram 50% e totalizaram 1,41 bilhão de euros (R$ 3,32 bilhões). Para 2014, o governo brasileiro formalizou o orçamento dos 12 palcos da Copa: a conta começa em R$ 5,342 bilhões.

Maiores variações de custos
O líder de custo dos estádios sul-africanos foi o Green Point, da Cidade do Cabo. Com orçamento inicial de 1,2 bilhão de rands (R$ 307 milhões), o palco de oito jogos do Mundial foi finalizado com 4,5 bilhões de rands (R$ 1,15 bilhão), quase quatro vezes mais caro que o previsto.

O membro do conselho técnico municipal das obras do Mundial, Dave Hugo, revelou que os números começaram a crescer quando moradores do bairro de Green Point reclamaram dos possíveis impactos ambientais da construção. Assim, materiais para atenuar o barulho durante jogos, além de medidas para assegurar a proteção sísmica local, contribuíram sozinhos para aumentar os gastos em 1 bilhão de rands (R$ 250 milhões) logo no começo. “Isso sem contar as flutuações cambiais do rand, a inflação em alta e a escassez de materiais. Fomos afetados por um inesperado e extraordinário aumento de preços com a crise mundial”, acrescentou Hugo.

Em Porto Elizabeth, o estádio Nelson Mandela Bay, inicialmente orçado em 890 milhões de rands (R$ 228 milhões), terminou custando 2,1 bilhões de rands (R$ 538 milhões) na conta final. Com capacidade para 46.082 torcedores, as obras no complexo esportivo sofreram principalmente com a desvalorização do rand durante a crise financeira global, o que aumentou o preço da importação de materiais, como as 36 vigas de sustentação produzidas no Kuwait e a membrana do telhado feita no Japão. “A maioria dos preços teve acréscimo de 28% em relação ao esperado”, explicou o diretor do projeto, Errol Heynes.

O suntuoso Moses Mabhida, em Durban, foi construído com 3,1 bilhões de rands (R$ 795 milhões), quase 65% a mais que os 1,9 bilhão de rands (R$ 487 milhões) previstos originalmente. A construção, que abrigará 69.957 espectadores, teve problemas principalmente com a alta do preço do aço, uma vez que foram utilizadas 10 mil t desse material. “A chuva e o vento causaram muitos atrasos, além das duas greves que nos prejudicaram bastante. A desvalorização do rand e a escalada astronômica nos preços do aço foram cruéis”, disse o coordenador do projeto, Julie-May Ellingson, em entrevista na inauguração do estádio, em dezembro passado. De acordo com Ellingson, o governo nacional desembolsou 76% dos custos, enquanto o governo da província de KwaZulu-Natal (13%) e a prefeitura (10%) financiaram o restante.

Os outros dois estádios construídos especialmente para a Copa do Mundo não apresentaram variação de custo tão alta. O Peter Mokaba, em Polokwane, custou cerca de 200 milhões de rands a mais que o previsto. Foi finalizado com 1,5 bilhão de rands (R$ 385 milhões). O Mbombela, em Nelspruit, alcançou 1,05 bilhão de rands (R$ 269 milhões), após orçamento inicial de 870 milhões de rands (R$ 223 milhões).

Entre os palcos do Mundial que passaram por reformas, poucas mudanças foram feitas. Exceção ao Soccer City, que apresentou a maior variação de custos. Local da partida de abertura e da final do torneio, com capacidade para 88.460 torcedores, o principal estádio da África do Sul começou com um orçamento de 1,9 bilhão de rands (R$ 487 milhões) e terminou com 3,3 bilhões de rands (R$ 846 milhões), aumento de quase 75%.

Erguido em 1987 próximo ao bairro Soweto, o antigo estádio foi praticamente reconstruído. Depois das obras, que consumiram 80 mil m3 de concreto e 11 milhões de tijolos, o novo Soccer City ganhou um design inspirado no vaso de cabaça, um dos símbolos da cultura do continente africano.

Assim como nas outras obras da Copa, o arquiteto responsável pela obra, Bob van Bebber, atribui a diferença de custos ao aumento do preço dos materiais diante da crise econômica mundial.

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