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Revista GC - Ed.52 - Setembro 2014
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Energia

Energias renováveis um bom negócio apesar das incertezas

O portfólio renovável não pode mais ser considerado uma opção de alto custo e risco, mas sim um importante componente da segurança energética de países e empresas

Em 2013, os investimentos na produção de energias a partir de fontes renováveis e alternativas – exceção feita às grandes barragens hidroelétricas – somaram 214 mil milhões de dólares. Isso representou uma redução de 14% em relação a 2012 e de 23% em comparação ao recorde de 2011. Os números são baseados em pesquisa realizada pelo Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Ambiente – PNUA, e permitem reconhecer dois cenários, um ruim e outro bom. O ruim é que o recuo seria consequência das incertezas políticas e econômicas nos diversos países onde os investimentos ocorrem, o que, por sua vez, resulta em dúvidas sobre o futuro de programas oficiais de subvenções e medidas de apoio às energias renováveis. O bom cenário é que houve uma queda nos custos dos equipamentos e tecnologias para a exploração das fontes alternativas, o que permitiria a implementação de novos empreendimentos com um investimento bem menor.

Essa redução nos custos da tecnologia pode ser comprovada com uma análise dos investimentos da energia solar. Ainda de acordo com os estudos do PNUA, foram instalados, ao longo de 2013, 39 gigawatts de painéis solares, porém a um custo bem menor que o realizado em 2012, quando foram instalados 31 gigawatts. Os investimentos em 2013, portanto, somaram 114 bilhões de dólares – 20% que no ano anterior. Para o setor de energia eólica, cujos investimentos somaram 80 bilhões de dólares em 2013, uma baixa de 1% em relação a 2012. Estas foram as duas fontes de energia que concentram os maiores volumes de investimentos.

Já para o setor de biocombustíveis, os investimentos em 2013 desceram 26%, para o seu nível mais baixo em nove anos – 8 bilhões de dólares. A biomassa e a energia dos resíduos também receberam menos interesse dos investidores (menos 28%, para os 8 bilhões de dólares), tal como as pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) que receberam menos 16% em investimentos, ficando com 5 bilhões de dólares, em programas que geraram cerca de  50 megawatts.

Para a Agência Internacional de Energia (AIE), organização autônoma, com atuação internacional, que trabalha para que seja garantida energia confiável, acessível e limpa p


Em 2013, os investimentos na produção de energias a partir de fontes renováveis e alternativas – exceção feita às grandes barragens hidroelétricas – somaram 214 mil milhões de dólares. Isso representou uma redução de 14% em relação a 2012 e de 23% em comparação ao recorde de 2011. Os números são baseados em pesquisa realizada pelo Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Ambiente – PNUA, e permitem reconhecer dois cenários, um ruim e outro bom. O ruim é que o recuo seria consequência das incertezas políticas e econômicas nos diversos países onde os investimentos ocorrem, o que, por sua vez, resulta em dúvidas sobre o futuro de programas oficiais de subvenções e medidas de apoio às energias renováveis. O bom cenário é que houve uma queda nos custos dos equipamentos e tecnologias para a exploração das fontes alternativas, o que permitiria a implementação de novos empreendimentos com um investimento bem menor.

Essa redução nos custos da tecnologia pode ser comprovada com uma análise dos investimentos da energia solar. Ainda de acordo com os estudos do PNUA, foram instalados, ao longo de 2013, 39 gigawatts de painéis solares, porém a um custo bem menor que o realizado em 2012, quando foram instalados 31 gigawatts. Os investimentos em 2013, portanto, somaram 114 bilhões de dólares – 20% que no ano anterior. Para o setor de energia eólica, cujos investimentos somaram 80 bilhões de dólares em 2013, uma baixa de 1% em relação a 2012. Estas foram as duas fontes de energia que concentram os maiores volumes de investimentos.

Já para o setor de biocombustíveis, os investimentos em 2013 desceram 26%, para o seu nível mais baixo em nove anos – 8 bilhões de dólares. A biomassa e a energia dos resíduos também receberam menos interesse dos investidores (menos 28%, para os 8 bilhões de dólares), tal como as pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) que receberam menos 16% em investimentos, ficando com 5 bilhões de dólares, em programas que geraram cerca de  50 megawatts.

Para a Agência Internacional de Energia (AIE), organização autônoma, com atuação internacional, que trabalha para que seja garantida energia confiável, acessível e limpa para 29 países, apesar da queda verificada em 2013, o que se observa é o rápido crescimento do uso das fontes alternativas e a queda dos custos na geração. Em parte isso seria consequência da ação de mercados emergentes, que estariam estimulando o crescimento global das fontes alternativas energia. A Agência, que tem quatro principais áreas de atuação – segurança energética, desenvolvimento econômico, consciência ambiental e envolvimento em todo o planeta – destaca, no entanto, a necessidade da promoção, pelos governos dos diversos países, de políticas de estímulo consistentes e de longo prazo.

Energia limpa em expansão

A AIE afirma: as fontes renováveis são o setor de mais rápido crescimento no mix energético mundial e já respondem por 19,3% da geração global de eletricidade. A afirmação da entidade é feita com base no estudo chamado Deploying Renewables 2011: Best and Future Policy Practic, algo como Implementando as Renováveis 2011: Melhores e Futuras Políticas Práticas. O estudo analisa o desenvolvimento recente das fontes alternativas e oferece sugestões de como os governos podem fortalecer e capitalizar o crescimento delas.

Analisando o documento, pode-se concluir que o portfólio das tecnologias renováveis está ficando competitivo em uma velocidade cada vez maior e em circunstâncias mais comuns, sendo que, em alguns casos, fornece oportunidades de investimento sem a necessidade de apoio econômico governamental.

Para fontes como eólica e solar, as reduções de custo devem continuar de forma ainda mais acelerada, afirma o relatório. A AIE destaca o exemplo dos projetos eólicos no Brasil, que vêm competindo com sucesso contra outras fontes de energia, incluindo o gás natural, na disputa por contratos de aquisição de energia. A China e outros países emergentes também vêm ganhando espaço como mercados promissores para as fontes alternativas.

De acordo com o relatório, o portfólio renovável não deve mais ser considerado uma opção de alto custo e arriscada, mas sim como um importante componente da segurança energética de países e empresas, pois gera eletricidade com grande estabilidade e com baixos custos de operação.

Mudanças na matriz energética

O setor renovável cresceu, como um todo, 17,8% entre 2005 e 2009, sendo que as hidroelétricas seguem dominando com 84% da geração total. Porém, projetos de energia eólica e solar são os que mais rapidamente vêm se multiplicando. De 2005 a 2010, a geração de energia hidrelétrica aumentou 3,1% ao ano, a biomassa avançou 8,8%, a eólica 26,5% e a solar fotovoltaica 50,8%.

Apesar de reconhecer o grande avanço das fontes alternativas, a AIE acredita que seria preciso acelerar o ritmo de crescimento para que elas alcancem o objetivo de manter a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em menos de 450 partículas por milhão (PPM) e assim evitar as piores consequências das mudanças climáticas. Para isso, os parques eólicos deveriam crescer a uma taxa anual de 16,3% até 2020, a solar fotovoltaica a 21,3% e a hidrelétrica a 2,5%.

Mas nem tudo são boas notícias para as fontes renováveis. Recentemente, países como Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido anunciaram cortes nas ajudas públicas para o setor por causa da crise econômica mundial. A AIE não considera uma boa estratégia a redução dos subsídios nesse momento, uma vez que o aumento no uso dos combustíveis fósseis, além de prejudicial no combate às mudanças climáticas, deve resultar na alta dos preços do petróleo e carvão, o que agravaria ainda mais a crise.

Sem uma urgente transformação no direcionamento político, o mundo pode se ver preso a um sistema energético ineficiente, inseguro e de altas emissões, afirmou Maria van der Hoeven, diretora executiva da AIE. Para ela, enquanto as fontes alternativas não forem competitivas, o apoio governamental na forma de subsídios ou corte de impostos é desejável.

Atualmente, US$ 409 bilhões estão sendo gastos anualmente ao redor do mundo, para baratear os custos da produção e distribuição dos combustíveis fósseis. Os países devem estar focados em incentivar as energias renováveis como uma forma de garantir o desenvolvimento sustentável.

 

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