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Revista GC - Ed.9 - Setembro 2010
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Copa 2014

Copa do Mundo: oportunidade e risco - quase calculado - para infraestrutura

Evento de 2014 impulsiona infraestrutura e aquece setor de construção civil, mas desafia o País a gerenciar melhor seus riscos e gargalos

Nem mesmo as eleições para presidente da República paralisaram a pauta dos megaeventos esportivos de 2014 (Copa) e de 2016 (Olimpíadas). Não há margem para espera, mesmo porque em 2013 haverá a Copa das Confederações, uma espécie de prévia do evento principal do ano seguinte e que vai colocar à prova os investimentos em infraestrutura que estão em curso. E considere-se infraestrutura algo muito além da construção de estádios. Falamos de grandes recursos aplicados em mobilidade urbana, como os projetos de corredores urbanos e de transporte de massa ou ainda a expansão e otimização dos aeroportos. Estes, infelizmente, atrasados. A pergunta crucial é: qual é a influência da Copa de 2014 em projetos de infraestrutura. E mais: como medir tal retorno? Nesta edição, usando a experiência dos especialistas presentes na segunda edição do World Cup Infraestructure Summit (WCIS 2010), organizado pela Viex Americas, o Métrica Industrial traz algumas reflexões.

Cidade Evento % investimento em estrutura esportiva (*)
Barcelona Olimpíadas de 1992 9%
Berlim Copa de 2006 38,8%
Africa do Sul Copa de 2010 27,6
Brasil Copa de 2014 24,6

(*) Dados da LCA, com estimativas para o caso Brasileiro

A primeira delas é a lição de outros países que já sediaram grandes eventos esportivos. A consultoria econômica LCA fez um apanhado do assunto e avalia que o sucesso de casos como o de Barcelona e de Berlim mostram que os investimentos


Evento de 2014 impulsiona infraestrutura e aquece setor de construção civil, mas desafia o País a gerenciar melhor seus riscos e gargalos

Nem mesmo as eleições para presidente da República paralisaram a pauta dos megaeventos esportivos de 2014 (Copa) e de 2016 (Olimpíadas). Não há margem para espera, mesmo porque em 2013 haverá a Copa das Confederações, uma espécie de prévia do evento principal do ano seguinte e que vai colocar à prova os investimentos em infraestrutura que estão em curso. E considere-se infraestrutura algo muito além da construção de estádios. Falamos de grandes recursos aplicados em mobilidade urbana, como os projetos de corredores urbanos e de transporte de massa ou ainda a expansão e otimização dos aeroportos. Estes, infelizmente, atrasados. A pergunta crucial é: qual é a influência da Copa de 2014 em projetos de infraestrutura. E mais: como medir tal retorno? Nesta edição, usando a experiência dos especialistas presentes na segunda edição do World Cup Infraestructure Summit (WCIS 2010), organizado pela Viex Americas, o Métrica Industrial traz algumas reflexões.

Cidade Evento % investimento em estrutura esportiva (*)
Barcelona Olimpíadas de 1992 9%
Berlim Copa de 2006 38,8%
Africa do Sul Copa de 2010 27,6
Brasil Copa de 2014 24,6

(*) Dados da LCA, com estimativas para o caso Brasileiro

A primeira delas é a lição de outros países que já sediaram grandes eventos esportivos. A consultoria econômica LCA fez um apanhado do assunto e avalia que o sucesso de casos como o de Barcelona e de Berlim mostram que os investimentos em infraestrutura urbana – superiores aos feitos em infraestrutura desportiva – estão entre os segredos das ex-sedes. Na cidade espanhola, a construção ou reforma de instalações esportivas consumiram 9% dos investimentos totais nas Olimpíadas de 1992, porcentagem que chegou a 11% na Copa de 2006 em Berlim. A África do Sul, por sua vez, investiu 27,6% em construção e reforma de estádios. Segundo a consultoria, o Brasil investirá cerca de R$ 22,7 bilhões para realizar a Copa de 2014, dos quais 24,6% serão consumidos pelas novas arenas ou por reformas nas instalações existentes. Com isso, apresentaremos índices superiores a Berlim e Barcelona e um pouco menores do que os sul-africanos.

Esse sinal de alerta pode ser contrabalançado pelo fato de que o crescimento nos países que sediam a Copa tende a ser maior nos dois anos posteriores ao evento do que nos dois que o precedem. Em 7 das 14 Copas do Mundo desde 1954, o crescimento econômico no país-sede no ano do evento foi menor do que nos dois anos anteriores, segundo a consultoria. As oportunidades em questão podem ser consolidadas nos dois anos posteriores ao evento, o que foi constatado em 9 edições.  O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos termômetros, principalmente no caso de países emergentes como Chile, México e Argentina. Considerando o período de 1954 a 2006, o PIB desses países cresceu cerca de 3,2% nos dois anteriores à Copa. No ano do evento, esse percentual variou entre 0,8% e 1,3%. Nos dois anos posteriores, as taxas de crescimento chegaram a 4,3. Ou seja, o maior efeito da Copa de 2014, no Brasil, vai coincidir exatamente com o começo das Olimpíadas de 2016.

Outro indicador da LCA que chama atenção é que ser o país-sede e ao mesmo tempo o vencedor da Copa do Mundo tem um impacto positivo adicional. O crescimento do PIB nesses países ficou entre 0,3% e 1,1%, no ano do evento, e chegou a 3,2% nos dois anos seguintes. Não deixa de ser, portanto, mais uma razão para torcer muito pela vitória do Brasil.

A Copa trará ainda uma forte demanda na área de construção e a Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) tem os números na ponta do lápis. Segundo Melvyn Fox, presidente da Abramat, o impacto da Copa de 2014 no PIB do setor será de R$ 57,2 bilhões, considerando que R$ 41,9 bilhões serão de impacto indireto. Vinte e quatro (24) setores serão influenciados na opinião do executivo, que baseia sua avaliação em levantamentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Ernest & Young. Ele também ressalta que os impactos do evento seriam de R$ 29,6 bilhões, dos quais R$ 22,5 bilhões seriam de investimentos diretos, número que bate com a avaliação da LCA.

As estimativas da Abramat incluem os impactos sobre a produção de bens nacionais e de serviços, que somariam R$ 112,8 bilhões. E mais: 3,6 milhões de empregos serão gerados, além de uma arrecadação tributária que chega a R$ 18,13 bilhões. Seis setores seriam os mais beneficiados: Construção civil, Alimentos e Bebidas, Serviços prestados às empresas, Área de serviços públicos ou utilidades, Serviços de informação e Hotelaria e Turismo.

Impactos da Copa de 2014, segundo Abramat (*), em reais
Impactos com a Copa (investimentos, despesas operacionais de visitantes) 29,6 bilhões
Impacto sobre a produção nacional de bens e serviços 112,79 bilhões
Impacto sobre a renda 63,48 bilhões
Impacto sobre a arrecadação tributária 18,13 bilhões

(*) Dados da FGV e E&Y

O otimismo em relação ao governo acompanha o setor (lembrando que a pesquisa foi realizada antes da definição de Dilma Rousseff como nova presidente). Dados consolidados pela entidade, em setembro de 2010, apontam um índice de 72% de otimismo em relação às ações do governo para o setor.  Esse mesmo clima é observado nas previsões de investimentos por parte das empresas associadas da Abramat: 78% delas têm intenções de investimento nos próximos 12 meses, segundo o levantamento da entidade.

Além do setor de materiais de construção em si, a análise dos investimentos nas 12 cidades-sede também serve como parâmetro para medir o impacto da Copa de 2014. De acordo com o presidente da Andrade&Canellas, João Carlos Mello, há 786 projetos em andamento, que somariam R$ 104 bilhões.

Mello alerta para o papel estratégico da energia elétrica no suporte a outras operações como a comunicação e iluminação. Ele explica que, no caso dos estádios, as concessionárias entram em ação com o backup de sistemas de alimentação baseados em geradores, o que é o inverso de uma situação normal de contingência.  De acordo com o especialista, a meta das cidades-sede é garantir qualidade e confiabilidade para atender o grande fluxo de turistas e dar apoio para as seleções internacionais. Esse foco explica porque 75% dos investimentos na área de energia estão concentrados nas redes de distribuição.

Segmento Projetos R$ Mmilhões
Geração 3 360,00
Trasmissão 10 285,10
Distribuição 28 721,30
Subestenção 87 1,296,90
Total 128 2,663,30

Mais de 75% do investimento é concentrado na rede das cidades no nível de distribuição

Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato de Arquitetura e Engenharia de São Paulo, a perspectiva do pós-evento também deve compor a pauta. Parte dos investimentos estará voltada para a melhoria de funcionamento das cidades e não especificamente para a Copa. E são os mais importantes como legados.  Algumas obras essenciais para evitar gargalos no atendimento, caso dos aeroportos, estão defasadas em relação à demanda atual e poderão estar mais defasadas ainda para o período de crescimento pós-Copa e também pós-Olimpíada.

Outros dois pontos críticos, segundo ele, são energia e telecomunicações, setores que não têm margem de manobra para erros. A importância da Copa na avaliação de Bernasconi está na visibilidade mundial que esse megaevento midiático proporciona, com a perspectiva de geração de uma demanda permanente e crescente do turismo internacional. É, em suma, um risco que precisa ser bem calculado.

Área de investimento Projetos Investimentos R$
Mobilidade Urbana 262 60,9 bilhões
Aeroportos 35 6,8 bilhões
Portos 7 0,7 bilhões
Energia Elétrica 128 2,6 bilhões
Saneamento Básico 186 12,4 bilhões
Rede Hotelaria 130 12,6 bilhões
Rede Hospitalar 25 1,1 bilhão
Segurança 1 1,2 bilhão
Estádio / Arenas 12 5,4 bilhões

Fonte: Abdib

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