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Revista GC - Ed.46 - Março 2014
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Construção Metálica

Aço na construção: Método de análise ajuda a decidir quando usar

Para especialista, a escolha do método construtivo mais adequado deve passar pela análise do maior número possível de aspectos da obra, priorizando suas características mandatórias e desejáveis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A crise econômica internacional evidenciou os problemas da competitividade da indústria do aço no Brasil. Segundo a direção do Instituto de Aço Brasil, as empresas produtoras no País estiveram entre as mais fortemente afetadas pela crise econômica e agora vêm desenvolvendo intensos esforços para superação de suas dificuldades através de medidas de melhoria contínua de sua produtividade. O Brasil atravessa um período de relativa desindustrialização, provocada pelo aumento das importações diretas e indiretas de produto, o que tem gerado fortes impactos sobre a cadeia metal mecânica no País. Esses problemas foram agravados por questões tributárias e cambiais, que impediram que a indústria nacional do aço evidenciasse sua alta competitividade estrutural.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, de 2011 para 2012, o setor ampliou sua participação no consumo aparente total de 35,4% para 37,7%. Já para 2014, o Instituto projeta para as vendas internas 23,9 milhões de toneladas, o que corresponde a 4,1% de aumento em relação a 2013. Para consumo aparente, a previsão é de 27,2 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de apenas 3% em relação a 2013. Como consumo aparente entende-se a soma das vendas internas das empresas siderúrgicas mais as importações de distribuidores e consumidores finais.

Esperava-se que o evento da Copa do Mundo no Brasil alavancasse o mercado brasileiro do aço, mas isso não aconteceu porque as obras de infraestrutura não ocorreram conforme o esperado, e grande parte do material de cobertura dos estádios foi feito com aço importado, mesmo com a plena capacidade do setor do aço no país em atender o mercado interno.

Apesar desse cenário desfavorável, o setor da construção civil tem se constituído em uma ilha de crescimento do consumo do aço, de forma consistente, rompendo barreiras histórico-culturais. Apesar das comprovadas vantagens desse método construtivo, os edifícios com estrutura em aço ainda são pouco numerosos no Brasil, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e em vários países da Europa. Nos Estados Un


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A crise econômica internacional evidenciou os problemas da competitividade da indústria do aço no Brasil. Segundo a direção do Instituto de Aço Brasil, as empresas produtoras no País estiveram entre as mais fortemente afetadas pela crise econômica e agora vêm desenvolvendo intensos esforços para superação de suas dificuldades através de medidas de melhoria contínua de sua produtividade. O Brasil atravessa um período de relativa desindustrialização, provocada pelo aumento das importações diretas e indiretas de produto, o que tem gerado fortes impactos sobre a cadeia metal mecânica no País. Esses problemas foram agravados por questões tributárias e cambiais, que impediram que a indústria nacional do aço evidenciasse sua alta competitividade estrutural.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, de 2011 para 2012, o setor ampliou sua participação no consumo aparente total de 35,4% para 37,7%. Já para 2014, o Instituto projeta para as vendas internas 23,9 milhões de toneladas, o que corresponde a 4,1% de aumento em relação a 2013. Para consumo aparente, a previsão é de 27,2 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de apenas 3% em relação a 2013. Como consumo aparente entende-se a soma das vendas internas das empresas siderúrgicas mais as importações de distribuidores e consumidores finais.

Esperava-se que o evento da Copa do Mundo no Brasil alavancasse o mercado brasileiro do aço, mas isso não aconteceu porque as obras de infraestrutura não ocorreram conforme o esperado, e grande parte do material de cobertura dos estádios foi feito com aço importado, mesmo com a plena capacidade do setor do aço no país em atender o mercado interno.

Apesar desse cenário desfavorável, o setor da construção civil tem se constituído em uma ilha de crescimento do consumo do aço, de forma consistente, rompendo barreiras histórico-culturais. Apesar das comprovadas vantagens desse método construtivo, os edifícios com estrutura em aço ainda são pouco numerosos no Brasil, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e em vários países da Europa. Nos Estados Unidos, por exemplo, os primeiros edifícios com estruturas em aço começaram a ser construídos já a partir de 1870, em grandes cidades como Chicago, Nova York, Detroit e St. Louis. No Brasil, até a década de 1980, o uso de estruturas metálicas era pouco conhecido.

Na área da construção residencial, o assunto sequer era cogitado por arquitetos e engenheiros. Fatores histórico-culturais decorrentes da falta de produtos siderúrgicos adequados, àquela época, contribuíram para essa realidade. Dessa forma, e pelo histórico do uso de mão de obra barata no país, tipicamente usada nas construções convencionais, o concreto se tornou mais tradicional na construção civil brasileira.

A demanda crescente do aço na construção representa, portanto, um fenômeno recente e até mesmo uma mudança cultural muito bem-vinda. Para atender a este crescimento, a cadeia produtiva do aço tem investido em tecnologia e produtividade, para promover o material como opção eficiente, economicamente viável e sustentável.

A utilização de estruturas metálicas na construção civil está associada aos conceitos de modernidade, inovação, vanguarda e sustentabilidade, traduzidas em obras de grande expressão arquitetônica. Leveza, flexibilidade, beleza, economia e rapidez na conclusão da obra são atributos que tornariam o aço uma opção preferencial para a maior parte dos projetos. Todas essas vantagens, no entanto, não resistem ao simples argumento de que a estrutura em aço é mais cara que a tradicional, em concreto. Isso encerra, na maioria das vezes, as análises dos métodos construtivos disponíveis, sem maior aprofundamento.

Mas para o engenheiro Fernando Ottoboni Pinho, professor titular de Estruturas de Aço e de Pontes Metálicas, e chefe do Departamento de Estruturas do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Volta Redonda, geralmente essas análises são feitas com base em estudos comparativos de custos, sem grande aprofundamento, que nada mais são que casos particulares, que não podem ser aplicados como regra. “Em outras situações, a opção por sistemas ditos convencionais, pelos simples desconhecimento de outros sistemas, mesmo que o resultado seja de uma estrutura mais barata, não garante que a decisão tenha sido a mais adequada”, analisa o engenheiro, que é membro da equipe técnica da Gerdau Açominas.

“A escolha do sistema construtivo não deve ser uma competição entre os diferentes tipos de estrutura, mas uma decisão com base nas características de cada sistema. E a decisão de qual é o mais adequado, deve passar pela análise do maior número possível de aspectos representativos da obra, priorizando as características mandatórias e também as desejáveis. Portanto, a pergunta que deve ser feita pelos profissionais, construtores ou investidores sem qualquer tendência ou preferência, preocupados com o melhor resultado para o conjunto da obra, é: que tipo de estrutura é mais adequado para a minha obra?¨, sugere o especialista.

Para Fernando Ottoboni Pinho, a maior dificuldade para identificar o tipo de estrutura mais adequado para uma obra é a falta de uma metodologia de avaliação mais abrangente do que o simples comparativo de custos. E que coloque também todos os fatores limitantes e condicionantes das alternativas em condições comparáveis, levando em conta aspectos importantes desde diferentes qualidades e desempenhos até a influência das estruturas nos demais serviços, incluindo as transferências de ganhos que podem beneficiar o custo total da obra. Uma metodologia de avaliação que identifica a alternativa de estrutura mais adequada passará pelo conhecimento de todas as características de cada sistema estrutural, pelas experiências e culturas da própria construtora e, é claro, pelo tipo da obra em análise.

O método proposto pelo engenheiro é baseado em uma grade que permite cruzar as características mais importantes para a obra com os diversos sistemas estruturais. A ideia é hierarquizar essas características, definindo um peso para cada uma delas, de acordo com a sua importância para a obra em questão, e, em seguida, estabelecer notas para os diversos sistemas estruturais que correspondam à sua influência na obra para a característica analisada.

O quadro abaixo, elaborado por Fernando Ottoboni Pinho, destaca um exemplo (hipotético) da aplicação prática do método proposto para organizar o processo de escolha do sistema estrutural mais adequado, tendo como base um edifício comercial de múltiplos andares. Foi estabelecido para cada característica um peso (entre 1 e 5) em função da sua importância para a obra e, para cada sistema estrutural, uma nota (entre 1 e 10), baseada nas análises de custos e todas as demais influências. O resultado está representado pelas médias aritméticas ponderadas de cada sistema. A maior média indica o sistema mais adequado para a obra.

 

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